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3 de maio de 2013Recado
“As leis naturais não foram revogadas. A norma culta permanece sendo a modalidade de português que denota boa educação.”
Revista Veja
Ser volúvel
A pronúncia do x dá nó em fumaça. Ora soa z. É o caso de exame, exato, êxito. Ora, cs. Táxi serve de exemplo. De vez em quando, estende tapete vermelho ao s. Exceto, exceção, excesso não nos deixam mentir. Ufa! Que criatura volúvel! Daí os problemas.
Um deles pintou no Twitter. O xis da questão: como se ganha nota 10 ao dizer inexorável? Palpites não faltaram. Apostas também não. Na ausência de consenso, o jeito foi dar um jeito — consultar o dicionário. O pai de todos nós bateu o martelo: o x de inexorável joga no time de exame e exato. Soa z. Diga inezorável sim, senhor.
Acidente no palco
Você viu? Ana Maria Braga apresentava um carro que anda sozinho. A porta do carona estava aberta. Animada, ela se dirigiu pra lá. Queria ver a maravilha por dento. Aí, ops! O danado andou. A porta empurrou a apresentadora. Na queda, a loura feriu o lábio.
No dia seguinte, só o Louro José apareceu no programa. Deu notícias. Ana Maria estava bem. Mas ficaria em casa. Ela não deixou por menos. Apareceu. Sentadinha no sofá, deu o recado: “Amanhã vou estar aí a vivo e a cores”. A cores? Não. Em cores.
Mensalão & cia.
Valha-nos, Deus! O acórdão do mensalão não trouxe problemas só pra réus, advogados e partidos envolvidos. Linguistas também caíram na rede. Tiveram de explicar por que acórdão leva acento. Você sabe? Se sabe, confira. Se não sabe, passe a saber.
A história tem tudo a ver com o til (~). A cobrinha não pertence à equipe dos acentos, que só tem três jogadores — o agudo (´), o grave (`) e o circunflexo (^). É simples sinal de nasalidade. Ao aparecer, dá mensagem clara. O som sai pelo nariz, não pela boca. Compare: irma e irmã.
Não só. A sílaba premiada por ele torna-se fortona. É a tônica da palavra (coração, irmão, irmã, portão, ancião). Olho vivo! A regra tem exceção. Há vocábulos escritos com til, mas a sílaba tônica cai noutro lugar. E daí? Impõe-se indicá-la com acento: órfão, órgão, ímã, acórdão.
Três superdicas
1. O acento é o todo-poderoso. Onde cai, marca a sílaba tônica. Aprecie a farra em sábia e sabiá.
2. Sem acento, o til faz a festa. Denuncia a fortona: campeão, campeã, seleção, garotão.
3. Na disputa de til e acento, só há um vencedor. O acento levanta a taça: acórdão, ímã, órfão.
Sabia?
Preso que lê pode ter a pena reduzida. Um livro lido significa quatro dias a menos na cadeia. Com uma condição: conjugar o verbo como manda a gramática. O calo está no presente do indicativo. Especialmente na terceira pessoa do singular e do plural. Abra os olhos: eu leio, ele lê, nós lemos, eles leem.
Sem bobeira: não confunda o time de ler, ver, crer e dar com o de ter e vir. Ambas as equipes são formadas por monossílabos. Mas a conjugação é diferente. Cuidado especial merece o presente. Compare: ele lê, vê, crê, dê (eles leem, veem, creem, deem); ele tem, vem (eles têm, vêm).
Tanto faz
Botijão ou bujão de gás? Tanto faz. Você escolhe. Se optar por botijão, terá se inclinado pelo espanhol. A trissílaba vem do espanhol botija, que significa garrafa, vaso cilíndrico. Se preferir bujão, aderiu ao francês. A dissílaba vem de bouchon — recipiente metálico em que se depositam produtos voláteis.
Leitor pergunta
Os jornalistas dizem normalmente nas reportagens: “Como é que o senhor soube?” “Onde é que você caiu?” “Quando é que isso vai melhorar?” Considero o é que erro de português. Bastava dizer “Como o senhor soube?” “Onde você caiu?” E por aí vai. Estou certo?
A língua é um sistema de possibilidades. Generosa, oferece várias formas de dar o mesmo recado. O falante escolhe a mais adequada. 🙂