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3 de setembro de 2013Neste ano, o candidato que colocar receita de miojo ou hino do time no meio da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terá o seu texto anulado pela banca. Além de trechos sem conexão com o tema, é preciso ficar atento à quantidade de linhas, aos argumentos usados e à estrutura do texto para não zerar a redação.
O exame será realizado nos dias 26 e 27 de outubro e, na hora de escrever a redação, é preciso ter cuidado com argumentos que podem ser interpretados como desrespeito aos direitos humanos, o que pode acabar com o sonho da vaga em uma universidade.
“A redação do Enem exige que o candidato demonstre o mínimo de respeito pela vida, então é importante evitar opiniões unilaterais, extremas, radicais e discriminatórias”, afirma Francisco Platão Savioli, professor da USP (Universidade de São Paulo) e supervisor de português do Anglo Vestibulares.
Por isso, é recomendável que o estudante evite defender no texto atitudes extremas e questionáveis, como a pena de morte, a violência policial e a deportação de imigrantes. “A boa redação é a que mostra uma visão ampla, sustentada com bons argumentos, que tenham o menor grau de refutação possível”, afirma Savioli.
Para a professora Maria Aparecida Custódio, do laboratório de redação do curso e colégio Objetivo, o texto do Enem é um exercício de cidadania e deve evitar deboches e preconceitos. Se o tema for violência no trânsito, por exemplo, o candidato pode ter a redação zerada se defender a máxima “olho por olho, dente por dente”.
“O texto deve propor civilidade, educação no trânsito, campanhas na mídia, atuação mais rígida dos órgãos fiscalizadores, mas jamais defender a morte de um motorista que causou um acidente”, afirma.
Para ter uma boa nota
Quem pretende tirar uma boa nota deve, em primeiro lugar, ler atentamente o enunciado da redação e os textos de apoio. A partir daí, o aluno precisa entender qual é a proposta central e pensar em um texto que mostre o seu próprio repertório de leitura e que utilize dados dos textos da coletânea apresentada pelo exame.
Nesse sentido, se o tema proposto é a violência causada pela desigualdade social, por exemplo, o aluno vai perder pontos se abordar outro aspecto ligado à violência, já que a banca pode entender a abordagem como fuga do tema.
A leitura atenta da proposta também costuma indicar qual ponto de vista é proposto pelo exame. Como exemplo, ela cita o tema do Enem 2012 “Movimento imigratório para o Brasil no século XXI”. A partir dos apresentados na proposta, a professora diz que não foi bem vista a redação que defendia a expulsão dos imigrantes do país ou a redução de direitos desses cidadãos.
Se o estudante for contra, vai precisar usar argumentos muitos sólidos e que em nenhum momento agridam os direitos humanos. “Não é para fazer média com a banca, mas usar os textos para apresentar uma análise crítica, com uma proposta de intervenção”, afirma a professora do Objetivo.
Outras dicas
Além do cuidado com os argumentos utilizados, o candidato precisa ficar atento ao tipo de texto pedido: dissertativo-argumentativo. Escrever uma narração ou uma poesia, por exemplo, é garantia de anulação da prova.
A banca exige ainda que o texto tenha no mínimo sete linhas, ou então será considerado insuficiente e será zerado pela banca.
Inserir desenhos e textos completamente desconexos com o tema da proposta serão considerados “descompromisso com o exame” e redação será anulada.
Correção
A redação do Enem será corrigida por dois especialistas, de forma independente. Cada corretor dará uma nota entre zero e 200 para cada uma das cinco competências exigidas, totalizando mil pontos. A nota final corresponde à média aritmética simples das notas dos dois corretores.
Caso ocorra uma diferença de 100 pontos ou mais entre as duas notas totais ou se a diferença de suas notas em qualquer uma das competências for superior a 80 pontos, a redação passará por uma terceira correção.
Se não houver discrepância entre o terceiro corretor e pelo menos um dos outros dois corretores, a nota final do candidato será a média aritmética entre as duas notas totais que mais se aproximarem, sendo descartadas as notas não convergentes.
Caso o terceiro corretor apresente discrepância com os outros dois corretores, a redação corrigida por uma banca composta por três corretores que atribuirá a nota final ao texto do candidato.