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20 de janeiro de 2015Nesta terça-feira (13), o Ministério da Educação divulgou que mais de meio milhão de candidatos (no total, 529.374) zeraram a redação do Enem. O número é bastante superior ao do Enem 2013, em que 106.742 receberam a nota zero, e, por isso, o resultado deste ano foi bastante surpreendente.
Afinal, por que tantas pessoas zeraram a redação deste ano? É claro que é muito difícil descobrir o que, exatamente, foi o grande problema para os candidatos nesta edição do Enem, mas dá para fazer algumas análises de acordo com os números divulgados pelo MEC. Vamos lá!
Os motivos que levam à anulação de um texto no Enem são: fuga ao tema; textos com menos de sete linhas (ou com menos de sete linhas originais, ou seja, que contenha citações em excesso da coletânea); trechos desconexos com a argumentação, ou seja, em que um parágrafo não tenha nada a ver com o outro; desenhos e palavras ofensivas; desrespeito aos direitos humanos; fuga do tipo dissertativo. Veja:
Motivo da anulação | Número de candidatos |
Fuga do tema | 217.339 |
Cópia de texto da coletânea | 13.039 |
Texto com menos de 7 linhas | 7.824 |
Texto não dissertativo | 4.444 |
Partes desconectadas | 3.362 |
Fere direitos humanos | 955 |
Outros motivos | 1.508 |
De acordo com os dados, a grande maioria dos candidatos com redação zerada fugiram ao tema proposto em suas redações. Pode-se dizer que é um dos erros mais graves, mas relativamente simples de evitar. A fuga ao tema normalmente acontece quando o candidato não lê com bastante atenção a proposta, ou tenta experimentar escrever algo mais “inovador”, mas acaba passando do ponto e deixando de fazer sentido para o tema original.
Para que isso não aconteça, a recomendação é a mais simples possível: leia a proposta com muita (muita mesmo) atenção. Não leia só uma vez: leia duas, três, quatro vezes, a quantidade que for necessária para que você compreenda bem o tema e o que a banca espera que você escreva. Assim, você pode evitar não só de fugir ao tema, como também de usar uma argumentação sem sentido – o que também pode causar anulação.
A redação que apenas copia os textos da coletânea também sofre anulação. Nem precisamos explicar o porquê, certo? Além disso, os textos que têm menos de sete linhas originais, ou seja, menos de sete linhas escritas por você, também são anuladas. Nesse caso, mesmo que sua redação tenha 20 ou 30 linhas, mas menos de sete foram escritas por você mesmo, sendo o resto cópias de trechos da coletânea, não dá outra: é zero. Por isso, é importante que o candidato mantenha o bom senso e tente desenvolver sua própria argumentação, fazendo alusão à coletânea, mas sem abusar.
Outro aspecto é a fuga do tipo dissertativo. A dissertação é um texto argumentativo, que pede que o autor desenvolva uma ideia ou um questionamento com uma consideração final que deve estar de acordo com os argumentos. É importante, também, que o estudante saiba colocar ideias favoráveis e contrárias à sua própria opinião. Não é difícil, mas sabemos que, na hora da prova, é possível que o nervosismo faça errar uma ou outra exigência da dissertação.
Uma possibilidade é listar, na hora da prova, tudo que você precisa fazer no texto dissertativo. Por exemplo: um parágrafo de introdução, dois ou três de argumentação, e mais um de conclusão. Em seguida, anote em algum canto os seus argumentos e procure formular os contrários. Por fim, bole alguma proposta de solução para o problema do tema. Treinar este passo a passo é fundamental para não cair na bobeira e errar justamente o tipo de texto bem na hora da prova.
Fonte: Guia do Estudante